Oi, acabo de voltar de mais 2 expedições no Ártico e vou atualizar o Blog com fotos.
Formamos 2 grupos de brasileiros em um total de 43 pessoas, cada grupo partindo em uma data diferente. Tivemos muito sucesso com ambos, vimos muita aurora boreal nesse ano especial em que foram registradas as maiores radiações dos últimos muitos anos.
No dia 29 de janeiro, eu e meu assistente acompanhamos o primeiro grupo de 27 pessoas. Logo ao chegarmos na cidade de Tromso, no dia 30 à noite, fomos surpreendidos. Ao parar o micro ônibus no Hotel já pudemos ver um forte arco de aurora boreal no céu. Tão forte que mesmo com a luz intensa da cidade e dos postes na região, estava nítida e dançando. Era a senha para começar a caçada da aurora imediatamente, direto, sem descansar do longo voo.
Entramos no hotel, rapidamente colocamos as roupas quentes e em apenas 15 minutos já estávamos no veículo, saindo das luzes da cidade.
Andamos pouco mais do que 20 km até chegarmos a uma área escura e o show começou. Naquele dia, depois soubemos, a aurora boreal estava em nível 8, numa escala que vai até 10. Menos de 1 hora após aterrissarmos, já estávamos no escuro e vendo a dança das luzes que surgiam como incêndio atrás da montanha. Assim ela deu as boas vindas ao grupo...Chegou a assustar em alguns momentos, parecia que podíamos toca-la com as mãos... O grupo comemorava a cada vez que ficava mais forte, foi fantástico...
Seguem algumas fotos do primeiro dia:
Nos outros dias a sorte continuou, em um deles paramos num local especial chamado Grande Fiorde e decidimos ficar ali, na beira da estrada e de frente pro Oceano Glacial. Por muitas horas a aurora dançou e iluminou o céu, ela ia e voltava. Empolgados, decidimos fazer uma pequena festa... Ao lado do micro ônibus com som alto e portas abertas, todos comemoravam aquele privilégio, sob a luz verde da aurora boreal!
Seguem algumas fotos do primeiro dia:
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Em outra caçada às luzes, fomos a uma cidadela na Finlândia, logo após a fronteira com a Noruega. Durante as 3 horas de viagem da ida fomos admirando a paisagem nórdica com as montanhas, fiordes congelados, pescadores sobre o gelo, casinhas com grama no telhado... Quanto mais longe do mar ficávamos a temperatura diminuía e ao chegar na Finlandia ela despencou para 20 graus negativos. Comemos um excelente almoço com carne de rena e esperamos a noite chegar...
Embora com o tempo aberto, a aurora demorava a aparecer na cidadela, assim ficamos algumas horas no carro e próximos ao restaurante, esperando o tempo passar até que as luzes começassem a aparecer. Umas 8 da noite o nível de radiação aumentou e o espetáculo começou. Uma aurora forte apareceu novamente e fomos voltando para Tromso bem devagar, parando em vários locais para observar as luzes em meio a diversas paisagens diferentes de montanhas e fiordes.
Durante horas voltamos a Tromso dirigindo e parando pra observar o visual. Ao voltarmos para a cidade de Tromso observamos a gelada temperatura de 19 graus negativos, algo incomum para cidade litorâneas da Noruega. No dia seguinte descobrimos que havia sido o recorde de frio da cidade.
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Ao fim de uma semana em Tromso tivemos aurora boreal quase todos os dias..
Seguem 2 reportagens do site da GLOBO.COM que registraram a viagem:
Finalmente voamos para Longyearbyen, a cidade mais ao norte do mundo, na isolada ilha de Spitsbergen, arquipélago de Svalbard. Lá chegando tivemos, mais uma vez, uma temperatura incomum. Ao contrário do recorde de frio em Tromso, Longyeabyen estava “quente” com temperaturas positivas, gelo derretendo e chuva em pleno inverno do Polo Norte. Essa anomalia nunca havia sido vista inclusive por moradores que há 20 anos residiam no local. Não se sabe se foi uma bolha de ar quente sobre o Ártico na mesma época exata em que morria gente de frio na Europa inteira ou se foi realmente um fenômeno do aquecimento global.
Nesses dias em Longyearbyen andamos de trenó sobre o duro gelo do mar congelado e derretendo, o grupo visitou a caverna de gelo e conheceu um pouco da geografia extrema da Tundra Polar.
O SEGUNDO GRUPO
O segundo grupo, formado por 15 brasileiros não teve a mesma sorte no início. No dia em que chegaram começou uma nevasca forte sobre Tromso que já estava sem ter neve a algumas semanas. Por 4 dias a nevasca continuou, impossibilitando a caçada da aurora boreal e deixando a todos meio apreensivos.
No quarto dia a previsão dizia que haveria uma pequena melhora, com ventos soprando do mar em direção a terra. Sendo assim decidi juntar a todos e tentar uma caçada bem improvável na região do litoral. Saímos do hotel com a neve caindo no para-brisa... No fundo eu achava quase impossível ver a aurora naquelas condições, mas já não aguentávamos mais a espera por tempo bom.
Ao dirigir em direção ao mar, sem dúvida a melhor opção naquele dia, observei algumas poucas estrelas bem apagadas no horizonte enquanto a neve parava de cair, era um bom sinal. Antes de chegar ao mar, de repente, uma nesga de céu abriu sobre nós, como se atendesse à nossos pedidos e resolvi parar o carro em um um lugar espetacular, espécie de cartão postal de Tromso, bem no fim de um fiorde que passa ao meio de 2 cadeias de montanhas altas.
Foi só sair do carro para ver as luzes, enfim, a primeira aurora do segundo grupo que tanto a aguardava.. A luz verde descia do céu bem no meio do fiorde, entre as montanhas, como se fosse direcionada por algo sobrenatural. Essa noite foi muito valorizada pois foi duro para vê-la, aquela era a 4ª noite de espera e, particularmente, fiquei muito feliz e aliviado por todos...
Depois disso a situação melhorou. Tivemos outra noite de aurora forte no Grande Fiorde, onde ela dançava com nitidez e velocidade.
Por fim, fomos até a mesma cidadela da Finlândia, em passeio igual ao do primeiro grupo.
Dessa vez tivemos ainda mais sorte. Assim que acabamos de almoçar, com o sol se pondo, bastou sair do restaurante para vermos as luzes do norte em pleno fim de tarde, antes de escurecer totalmente. Foi a primeira vez que vi uma aurora tão cedo e naquelas condições.
Foto da aurora no fim de tarde:
Ao analisar pelo Iphone as condições de radiação solar vimos que aquela seria uma noite especial. A aurora estava variando do nível 7 até o 9 e assim permaneceria.
Foto da aurora no fim de tarde:
Saímos rapidamente da cidadela, das luzes dos postes e paramos do lado do marco de pedras que sinaliza a fronteira da Noruega com a Finlândia. Aquela região, sem montanhas, permitia uma visão de 180º da abóboda e havia um arco cheio de ramificações de um lado ao outro do céu.
Aquele foi um cenário diferente para mim, o cinturão da aurora estava exatamente sobre nossas cabeças, de uma forma fantástica e meio assustadora. Empolgado, o grupo ligou o som e praticamente repetiu a festa que havia sido feita pelo primeiro grupo na beira do oceano. Em determinado momento a aurora cobriu o céu inteiro....
A aurora sobre o marco da divisa entre Finlândia e Noruega:
Finalmente, voamos até Longyearbyen onde o grupo pôde fazer diversos passeios, entre eles o inesquecível passeio de trenó, onde uma nevasca engoliu o grupo, fazendo com que a visibilidade ficasse extremamente baixa, criando uma enorme confusão entre os trenós que se embolavam... Foi um passeio duro mas sem perigo, que acabou por mostar a todos o que é realmente uma aventura polar.
Enfim, após 24 dias de viagem com os dois grupos era hora de retornar ao Brasil. Acabou dando tudo certo e em pouco mais de 3 semanas havíamos sido, com certeza, o maior grupo de brasileiros no Polo Norte, vendo o mais belo fenômeno natural da Terra.
Estamos começando a fechar os novos grupos para a próxima temporada da aurora boreal que começa a partir do mês de setembro deste ano, até março de 2013, com saídas mensais.
Para maiores informações basta me mandar um email: danieljapor@gmail.com
Abraços
Daniel
